Autor(es): Fabiana Batista De São Paulo
Valor Econômico
17/05/2011
Conhecida por seu tradicional negócio de processamento de soja, a Clarion Agroindustrial se surpreendeu em 2010 com o bom desempenho do negócio de açúcar e álcool em seus resultados.
A receita com os derivados da cana representou 25,3% do que a empresa vendeu em 2010.
No
ano anterior, essa participação tinha sido tímida, de 11%. De olho na boa rentabilidade do açúcar e no crescimento da demanda, a companhia, que já tem produção própria de etanol, concluiu um projeto para construir uma fábrica de açúcar acoplada à usina de etanol, em Ibaiti (PR). A fase é de captação de recursos e até agosto deste ano a empresa deve definir se constrói a nova planta.
Alexandre Bride, diretor de relações com investidores da Clarion, explica que o desempenho do açúcar, além de surpreendente, ajudou a compensar o resultado menor do carro-chefe da empresa: o farelo de soja.
A receita de açúcar e etanol da Clarion aumentou 23%, de R$ 73 milhões em 2009 para R$ 89,9 milhões em 2010. Enquanto isso, a receita com farelo de soja caiu fortemente, de R$ 376,9
milhões em 2009 para R$ 199 milhões no ano passado. "Os volumes diminuíram, mas o câmbio foi fundamental nesse desempenho inferior. A empresa acabou exportando 37,9% menos em 2010", disse.
Segundo Bride, as perspectivas para açúcar são positivas, por isso, os planos de construir uma fábrica. Atualmente, a companhia, com capital aberto em bolsa, compra açúcar bruto - o principal fornecedor é a Copersucar - beneficia e embala com três marcas diferentes: Namorado, Clarion e Amoroso. O produto, com coloração mais escura, segundo Bride, agrada sobretudo, aos clientes do Rio de Janeiro. "A marca mais antiga é a Namorado com 20 anos", completa.
Se for aprovado o projeto da indústria de açúcar, a empresa pretende produzir por ano, pelo menos, 50% de sua demanda pela commodity, segundo Bride, que não informou números absolutos da produção prevista. A atual usina da empresa processa 1,3 milhão de toneladas de cana por safra para produção exclusiva de etanol. "Temos a marca Parati de etanol para uso em limpeza. O que sobra é vendido como combustível", informa.
Com a ampliação, o volume processado de cana deve subir para 2 milhões de toneladas, o que demandará em torno de R$ 150 milhões de investimento, segundo o executivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário