Ontem, um advogado da cidade quis me fazer a maior ciumeira ou então, prá me chamar de pobre por tabela. Disse que o empresário Betto Liberatto, Haroldo, seu irmão e Dr. Miguel estariam de viagem à Espanha e países baixos.
Olha. Isto não fez nem um pouco de ciúme, porque quem tem dinheiro é prá gastar mesmo e curtir a vida, porque desta terra não levaremos nada. Na Bíblia está escrito que do 'pó saístes e para o pó voltarás'.
Não me faz ciúmes, porque este jovem cronista que está aqui na peleja do dia-a-dia jã viajou muitos países e só com a mochila nas costas e sem dinheiro.
Já estive na Colômbia, no deserto de Atacama no Chile. Já fui para a Ilha de Páscoa a bordo de um cargueiro Chileno, Fiquei 9 meses na Guiana Francesa, na capital Caiena. Este jovem sonhador que vos escreve já sonhou muito e, chegou a ponto de entrou filar bóia na Venezuela e não era na época do Ditador Chavez.
Conheci as Cordilheiras dos Andes. Estive nas Ilhas brasileiras controladas por militares, mais de cinco mil ilhas em Marechal Floriano, divisa com a Colômbia.
Meus sonhos já me transformaram em poeta cubano. Transportaram-me para o Egito onde fiz parceria na guerra entre a Turquia e Arábia Saudita. Estive no filme Lawrence da Arábia e cheguei em Acaba pelo deserto, lugar onde o sol se torna uma bigorna e de difícil acesso. A travessia foi dolorosa. Lawrence, eu e os mercenários árabes dormíamos em cima dos camelos e depois de mais de trinta dias pelo deserto avistamos Acaba com seus canhões voltados para o mar e sem nenhuma resistência perante a nossa fúria e sede, dominamos fácil o povoado de tendas. Abrimos fendas no chão da Arábia à procura de guinéis de ouro, mas nos desapontamos, porque os ingleses saquearam o deserto e não nos deixou nada, acabando com nosso sonho de riqueza e servidão humana ao impossível.
Meus sonhos me levaram à França de Montesquieu, à Espanha de Franco, à Itália de Mussolini e nisso fui testemunha de que Mussolini deu 7 tiros no ouvido e se suicidou. Os pracinhas brasileiros não quiseram me ouvir e não instalaram o tribunal de excessão que o caso merecia.
Nada me faz inveja nesse mundo, porque meus sonhos já me levaram a reais fantasias que os sonhos do dinheiro não levam.
Estive, caro leitor desta crônica, dentro do livro Mil e uma noites Submarinas e percorri o mundo em quarenta dias. Dentro do romance americano As Vinhas da Ira já fui miserável, rico e pobre. Pèrdi minhas terras onde eu plantava goiabas e todos os meus protegidos tiveram desastrosos destinos e quase todos se esvaíram na fome da desesperança.
Eu?
Salvei-me da discórdia por um milagre dos anjos São Gabriel e São Rafael. Ufa! Esqueci-me, no ano passado, de acender pelo menos uma vela para esses santos anjos.
Mas, cá estou novamente viajando para a Espanha e países Baixos. Vão com Deus amigos e escolham bem a aviação aérea que pegarão, pois os aviões da Vasp estão todos pôdres e podem sofrer grandes turbulências. Aqui, depois que retornarem à terrinha de água fresca, pegarão mais turbulências políticas e o ditado que diz ' água mole em pedra dura, tanto bate até que fura', já terá furada a nossa imaginação. Nem isso lhes significará nada, nada mais. Não sobrará pedra sobre pedra e quem olhar para traz depois da advertência do poeta de que vos adverte, serenamente, que se não é para virar o rosto para traz, afim de matar a vossa doida curiosidade prá ver o que sobrou. O poeta lhes diz: mão olhes, senão vai virar estátua de sal.
Acredito que se forem em um Cruzeiro em alto mar, terão muito a desfrutar pelos oceanos e o Porto de Espanha é ali mesmo.
Como já afimei: Estive em Porto de Espanha!
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