Da redação
Tarciso de Carvalho
A história remonta a 22 anos atrás. Naquela época não existia saúde pública no Município e os pobres penavam. Quando a população pobre necessitava, tinha que encarar a fila do antigo INPS e pegar ficha para ir se consultar no hospital particular: O Hospital de Misericórdia São João Batista que era administrado pelas irmãs de caridade.
De acordo com cidadãos que viveram aquela época " pobre era pobre, e rico era rico. As diferenças de classes sociais eram evidentes.
O esqueleto do hospital Municipal foi erguido no Governo do então Governador Alvaro Dias, tendo como Secretário de Saúde do Estado, Delcino Tavares que depois foi Deputado Federal.
No final do ano de 1988, com a derrota nas urnas, o então prefeito Dirceu Silveira Bueno apresentou lei na Câmara de Vereadores que doava o prédio do hospital ao Estado. Foi quando populares e lideranças políticas se sublevaram quanto a tal decisão e munidos do municipalismo derrotaram a decisão na Câmara de Vereadores. O Legislativo na época foi decisivo para que o prédio do hospital fosse municipal.
Tiveram firme atuação na Câmara de Vereadores, João Batista Montaldi, Aécio Flávio de Oliveira ( in-memoriam), Vera Lúcia Bernardes, José Fonseca e outros. Foram os vereadores que lutaram paa que o hospital não fosse doado ao Estado e continuasse sendo do povo ibaitiense.
A história conta que foram difíceis para Ibaiti, pois existia o grupo que queria que o Estado tomasse o hospital por rivalidades políticas. Pessoas armadas foram à Câmara para fazer pressão na base da força, mas o povo venceu e hoje, a todo vapor, se mantém sendo a esperança dos menos favorecidos. As pessoas necessitadas de exames, remédios são atendidas pelo Secretário Municipal do Governo Peté, William Borges. De marlei para cá, o hospital municipal se transformou numa referência para todos e no Governo Peté, recebeu e está recebendo toda a prioridade de bom atendimento.
Em 1989 o então Prefeito Marlei Ferreira ao assumir o cargo - ciente de que era preciso funcionar o hospital para atender a pobreza e a todos os cidadãos -, viu que o prédio não tinha nada. Algumas paredes ainda estavam sem reboques. Não tinha, sequer, uma cadeira para sentar. Com as economias municipais, equipou da melhor maneira à época e colocou o hospital em funcionamento.
Durante dois anos, a prefeitura garantiu os salários, remédios e toda a operação do funcionamento. Isto porque, o então prefeito Marlei Ferreira ficou esses dois anos de mandato tendo a oposição do Governo Álvaro Dias, que cortou verbas e recursos e nada vinha para a saúde pública ibaitiense.
Neste ano de 1989 foi criada a Fundação Hospitalar que teve como Primeira Presidente, Norma Regina Ruiz Ferreira.
Em entrevista a este meio de comunicação, Norminha contou que se criou a Vaca Mecânica que funcionava ao lado do hospital. Naquele lugar, trabalhavam cotureiras e voluntárias que confeccionavam enxovais que eram doados a gestantes e recém-nascidos pobres que saíam do hospital.
Foi nessa época que se organizou a saúde pública com médicos especialistas. Os bairros da zona rural ganharam, pela primeira vez, atendimento odontológico com dentista gratuíto para crianças e adultos. Foi a saúde bucal sendo levada para um povo que não tinha acesso a esses serviços médicos. Em todos os bairros. Cita-se Vila Guay, Campinhos, Paulistinha, Euzébio de Oliveira, Amorinha, Vassoural.
Hoje, sobre o cuidadoso trabalho do atual secretário William Borges, os trabalhos de atendimento se alargaram e avançaram no sentido de melhorar o atendimento e de dar humanidade a todos os setores essenciais da saúde. As pessoas são atendida tanto no hospital, quanto nos vários postos de saúde da cidade e da zona rural.
Segundo levantamento mensal, mais de 10 mil atendimentos são realizados entre consultas, exames, fisioterapia, dentista, internamentos, entre outros serviços indispensáveis à saúde do povo.
Em entrevista, o Secretário de Saúde disse que a história da criação do hospital, depois da emancipação política do Município em 1949, é a mais importante de todos os tempos, pois com a criação da Fundação Hospitalar se foi possível atender os menos privilegiados da sociedade.
"É uma história de abnegação, de entusiasmo, de luta para transformar os atendimentos, dando prioridades aos mais necessitados. Essa é uma história que nos tráz muito orgulho", disse
A primeira Presidente da Fundação, Norma Regina Ruiz ( Norminha) disse à reportagem que a luta por criar a saúde pública em Ibaiti, naquele tempo, foi a luta do amor, da vontade de superar os desafios que pareciam ser de difícil solução.
Marlei Ferreira, foi o prefeito mais novo da história de Ibaiti. |
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